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sábado, 4 de junho de 2011

Dislexia

        Para os professores é um aluno desatento, para os pais: preguiçoso, ele mesmo considera-se “burro”, preguiçoso, desligado, desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico, fazendo parte de seu dia-a-dia. É com uma vivência de múltiplos insucessos e com sua auto-estima bastante rebaixada que a criança (ou adolescente) disléxica chega ao consultório.
        A dislexia está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é Memória e Pensamento- Pensamento e Linguagem; de como aprendemos e do por que podemos encontrar facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso processo individual de aprendizado. A dislexia é mais frequentemente caracterizada pela dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, "ovóv" para vovó. A dislexia, contudo, é um problema visual, envolvendo o processamento da escrita no cérebro, sendo comum também confundir a direita com a esquerda. Esses sintomas podem confundir-se com características de vários outros fatores de dificuldade de aprendizagem, como o déficit de atenção/hiperatividade, dispraxia, discalculia, e/ou disgrafia. Contudo a dislexia e as desordens do déficit de atenção e hiperatividade não estão correlacionados com problemas de desenvolvimento.
        Sinais da dislexia na infancia, Falar tardiamente, dificuldade para pronunciar alguns fonemas, demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário, dificuldade para rimas, dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome, dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas, dificuldade na habilidade motora fina, dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa, dificuldade para lembrar nomes e símbolo.
        Sinais da dislexia na Classe de Alfabetização e 1ª série do Ensino Fundamental, dificuldade em aprender o alfabeto, dificuldade no planejamento motor de letras e números, dificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o ), dificuldade com rimas (habilidades auditivas), dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z), dificuldade em seqüência e memória de palavras, dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar, dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano), dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima...), Dificuldade na execução da letra cursiva, dificuldade na preensão do lápis, dificuldade de copiar do quadro.
        Sinais da dislexia da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental, nível de leitura abaixo do esperado para sua série, dificuldade na sequenciação de letras em palavras, dificuldade em soletração de palavras, não gostar de ler em voz alta diante da turma, dificuldade com enunciados de problemas matemáticos, dificuldade na expressão através da escrita, dificuldade na elaboração de textos escritos, dificuldade na organização da escrita, podem ter dificuldade na compreensão de textos, podem ter dificuldade em aprender outros idiomas, dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias, presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas, dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas, dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo, dificuldade na compreensão da linguagem não verbal, dificuldade em memorizar a tabuada, dificuldade com figuras geométricas, dificuldade com mapas.
        No ensino Médio, leitura vagarosa e com muitos erros, permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas, dificuldade em planejar e fazer redações, dificuldade para reproduzir histórias, dificuldade nas habilidades de memória, dificuldade de entender conceitos abstratos, dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes, vocabulário empobrecido, criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade
        Adultos, permanência da dificuldade em escrever em letra cursiva, dificuldade em planejamento e organização, dificuldade com horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem), falta do hábito de leitura, normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas).
        A dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela pode atingir igualmente pessoas das raças branca, negra ou amarela, ricas e pobres, famosas ou anônimas, pessoas inteligentes ou aquelas mais limitadas.
Causas físicas


        Não existe ainda um consenso dos cientistas sobre as causas da dislexia, pesquisas recentes apontam evidências neurológicas para a dislexia. Pesquisadores sugerem uma origem genética para a dislexia. Outro fator que vem sendo estudado é a exposição do feto a doses exageradas de testosterona, hormônio masculino, durante a sua formação, no ramo de estudos da teratologia; nesse caso a maior incidência da dislexia em pessoas do sexo masculino seria explicada por abortos naturais de fetos do sexo feminino durante a gestação.
        Segundo essas teorias, a dislexia pode ser explicada por causas físico-químicas (genéticas ou hormonais) durante a concepção e a gestação, dando uma explicação sobre os motivos de haver, aproximadamente, 4 pessoas disléxicas do sexo masculino para 1 do sexo feminino. Segundo essa abordagem da dislexia, ela é uma condição que manifesta-se por toda a vida não havendo cura. Em alguns casos remédios e estratégias de compensação auxiliam os disléxicos a conviver e superar suas dificuldades com a linguagem escrita.
        Causas de má-formação congênita, nessa teoria as causas da dislexia têm origem numa má-formação congénita que devem ser corrigidas por meio de cirurgia e tratamentos medicinais. Seguindo essa teoria: Muitas dessas causas têm a ver com alterações do sistema craniossacral que precisam ser detectadas e corrigidas.
        Muitas outras causas se referem ao sistema proprioceptivo que é um sistema que tem sido descurado pela medicina até muito recentemente. Muitas outras causas têm a ver com o sistema fascial (fáscia), que é um sistema ainda não muito falado mundialmente.


Diagnóstico e Tratamento


        O diagnóstico deve feito por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista) não somente para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem, ou eliminarem, fatores coexistentes de importância para o tratamento. Além disso, o diagnóstico deve ser significativo para os pais e educadores, assim como para a criança. Deve se tentar estabelecer um prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de reeducação. É de grande importância que sejam obtidas informações sobre o potencial da criança, bem como sobre suas características psiconeurológicas, sua performance e o repertório já adquirido. Informações sobre métodos de ensino pelos quais a criança foi submetida também são de grande significação.
        A intervenção na dislexia tem sido feita principalmente por meio de dois métodos de alfabetização, o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fônico é indicado para crianças mais jovens e deve ser introduzido logo no início da alfabetização.


Referência  Bibliografica
- Associação Nacional de Dislexia. Em: http://www.andislexia.org.br
- Livo: O dom da dislexia - Subtitulo: Por que algumas das pessoas mais brilhantes não conseguem ler e como podem aprender - Autor: Ronald D. Davis  Tradução: Ana Lima e Gracia Badaró Massad
- Site: educamais.com
- Gonçalves, A.M.S. A criança disléxica e a clínica psicopedagógica

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